Já faz um tempo que li, e quando li pensei "vou colocar lá direitinho, na coluna do reblog" mas passou um tempo (acho que meu computador nesse tempo deu defeito 2 vezes). Deixei como rascunho com o link. agora recentemente estava ajeitando minhas postagens, ví e lembrei. Vagamente me lembrei que me seupreendi com esse texto, li de novo, e pensei em reblogar o mais rápido o possível. E agora depois dessa enrolação toda como vêem publiquei. (quase não digo essa palavra)
A imagem não está no campo em cinza por que não faz parte do reblog, coloquei ela pra dar um up no post. E é original do blog. (Capturada do filme "Avatar") |
sesta-feira, 5 de agosto de 2011
Ver vendo
... De tanto ver, a gente banaliza o olhar... Vê não-vendo...
Ver vendo
... De tanto ver, a gente banaliza o olhar... Vê não-vendo...
Experimente ver pela primeira vez o que você vê todo dia, sem ver...
Parece fácil, mas não é...
O que nos cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade...
O campo visual da nossa rotina é como um vazio...
Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta...
Se alguém lhe perguntar o que você vê no seu caminho, você não sabe...
De tanto ver, você não vê...
Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall do prédio de seu escritório...
Lá estava sempre, pontualíssimo, o mesmo porteiro...
Dava-lhe um bom dia e às vezes lhe passava um recado ou uma correspondência...
Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer...
Como era ele?
Sua cara?
Sua voz?
Como se vestia?
Não fazia a mínima idéia...
Em 32 anos, nunca o viu...
Para ser notado, o porteiro teve que morrer...
Se um dia no seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser que também ninguém desse por sua ausência...
O hábito suja os olhos e lhes baixa a voltagem...
Mas há sempre o que ver...
Gente, coisas, bichos...
E vemos?
Não, não vemos...
Uma criança vê o que um adulto não vê...
Tem olhos atentos e limpos para o espetáculo do mundo...
O poeta é capaz de ver pela primeira vez o que, de tão visto, ninguém vê...
Há pai que nunca viu o próprio filho...
Marido que nunca viu a própria mulher (e desconhece os seus segredos e desejos), isso existe às pampas...
Nossos olhos se gastam no dia-a-dia, opacos...
É por aí que se instala no coração o monstro da indiferença.
OTTO LARA REZENDE
Vá a página do post original clicando aqui
Gostou, publique o que achou nos comentários. Tchau tchau
Talvez esse post possa ser reformado depois, mas apenas alguns detalhes nada que o altere muito.
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